quinta-feira, 6 de agosto de 2009

POVOS DAS TERRAS DESCOBERTAS

Ao aportarem na América, os europeus entraram em contato com povos cujas origens, até hoje extremamente controvertidas, merecem uma série de hipóteses:


AUTOCTONISMO

Hoje desacreditada, afirmava que o homem tinha origem america, após o que se espalhara pelo mundo.


MALAIO-POLINÉSIA

Propõe que o homem, com origem no Pacífico, navegara até as costas da América, ou preferencialmente, que, partindo da Polinésia, teria percorrido a Ásia e cruzado para a América, através do estreito de Bering.

Muitos desses povos, apesar de extintos, ainda hoje merecem destaque, principalmente:

na América do Norte: Enquanto a região do atual Canadá era habitada por Esquimós e Aleutas, os atuais Estados Unidos eram ocupados pelos Comanches, Apaches, Navajos, Sioux e Cheyennes, povos que se acredita terem chegado à América em período anterior ao dos índios brasileiros.

na América Central: Os MAIAS - É bastante provável que o século VI tenha assistido, na península de Iucatã e em parte da América Central, ao apogeu do império maia, cujas desenvolvidas cidades como Pelenque, Uxmai, Chichen-Itza, transformaram-se em ruínas embrenhadas pelas florestas e só conhecidas quando do início dos descobrimentos, constituindo-se em importantes documentos de sua arquitetura e escultura, no que tanto se destacaram. Além disso, trabalhavam em cerâmica, tinham escrita hieróglifa utilizada em inscrições nos monumentos e livros feitos em papel de fibra de agave americano ou mageui, dos quais alguns ainda foram encontrados. Organizavam-se numa forma monárquico-hereditária, onde os sacerdotes eram muito influentes, cultivavam a medicinae eram temidos pelo povo, pelo poder mágico que se lhes atribuía. A religião, politeísta, tinha o culto celebrado em grandes templos. Posssuiam, ainda, um calendário dividido em 18 meses, além dos 5 dias, que consideravam nefastos. Contavam por unidades e vintenas, já conhecendo o emprego do zero. Faziam tecidos de algodão, joias de ouro e prata, embora sem conhecer o uso do ferro.

Os ASTECAS - Do planalto de Anauac, onde viviam, e tendo como capital Tenoctitian, fundada numa ilha do lago Texacoco, os Astecas dominaram outras tribos, com as quais guardavam antepassados comuns: os Toltecas, Nauás. Possuiam leis rigorosas para o castigo de criminosos, escrita hieróglifa, escolas par as crianças, calendários, numeração de sistema vintenal, cultivando ciências como a matemática e a astronomia. Não utilizavam veículos, nem animais de transporte, tendo progredido bastante na tecelagem de algodão, fabrico de joias, cerâmica e agricultura. Sua religião consistia na adoração de forças naturais, astros, vários deuses, cujo principal era Cuetzalcoati. Os CARAÍBAS – Índios antilhanos, que, utilizando velas em suas embarcações, também ocuparam regiões brasileiras.

Na América do Sul:

Os INCAS - O império inca, tendo no trabalho uma atividade obrigatória, alcançou grande progresso na agricultura, na região que hoje corresponderia ao Peru, Equador e Bolívia. Para obter a carne, leite e lã, bem como transporte, domesticavam a lhama, a vicunha, o guanaco e a alpaca; para corrigir a aridez da terra, construiram na montanhas terraços escalonados, além da utilização do guano e da contrução de canais de irrigação. Trabalhavam o ouro, a prata e o bronze, ocupando-se também da fatura de tecidos. Construiram aquedutos e estradas, quatro das quais, em grande parte, calçadas, indo uma delas, com mais de 300 léguas de extensão através de território montanhoso, de Cusco a Quito. O principal objeto o culto religioso era o sol ou inti, “pai do inca”, adorado ao lado de planetas e constelações, fogo, relâmpagos e arco-íris. Não possuíam meios de escrita, e só os filhos dos nobres iam à escola. Os indígenas brasileiros – Embora em número de apenas 3 milhões, na época do descobrimento, os indígenas brasileiros dividiam-se em várias culturas, dentre as quais, com fins exclusivamente didáticos, podem-se destacar:

Os Tupis ou Guaranis - Situados numa região do atual Paraguai, cem anos antes do descobrimento emigraram, em grande parte para o litoral, onde se fixaram. Compunham-se de vários grupos: Tupinambás, Tupiniquins, Guaianases, Tamoios e outros. Os Tapuias ou Gês – Parecem ter-se desalojado do litoral com a chegada dos Tupis, passando, então, a ocupar a região dos atuais Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, dividindo-se em Botocudos, Aimorés, Xavantes e outros. Os Nuaruaques – Artífices da famosa cerâmica “marajoara” localizavam-se em regiões mato-grossenses e especialmente no Vale Amazônico. Parecendo ser o grupo mais numeroso na época do descobrimento, dividia-se em Purupurus, Manaus, Paumaris, Aruãs, Parecis, etc..

Os Caraíbas – Ramificação do grande grupo antilhano do mesmo nome, ocupavam o litoral do nordeste até a região das Guianas e parte de Mato Grosso atual (1976), dividindo-se em Bacaris, Pimenteiros e Aracajus. Destacam-se ainda outros grupos indígenas: os Guaicurus de Mato Grosso, que em pouco tempo se tornaram exímios cavaleiros; os Bororós, Goitacases, os Cariris, etc.. Quase todos os grupos apresentavam uma economia coletora e incipiente agricultura. Apesar da estrutura política basear-se na pessoa do chefe, sua liderança só se efetivava em tempo de guerra. A religião era basicamente fetichista, sendo que termos como Tupã, Guaraci (sol), Jacy (lua), etc., pertencem apenas à cultura tupi, não devendo, portanto ser generalizados às demais.